Imagine esperar o buffer de um vídeo acabar. Nesse mesmo segundo, uma conexão no Japão seria capaz de baixar todo o catálogo da Netflix. Conheça a incrível velocidade de 1,02 petabits por segundo que redefine o futuro da internet. Você já passou por aquela situação: clica em um vídeo, e a tela fica girando, girando, enquanto a sua paciência vai se esgotando. Agora, pare e reflita: no exato tempo que você espera, o Japão já poderia ter baixado toda a informação pública da internet.
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| Créditos da imagem: obtida no banco de imagens gratuito Pexels. |
Isso não é ficção científica. É um feito real e histórico da tecnologia. Cientistas do Instituto Nacional de Informação e Comunicações (NICT) no Japão alcançaram a velocidade inacreditável de 1,02 petabits por segundo.
O que isso significa na prática?
- É 7 milhões de vezes mais rápido que a velocidade média da internet banda larga no Brasil.
- É suficiente para baixar todo o catálogo da Netflix em 1 único segundo.
- Seria possível transmitir 10 milhões de streams de vídeo em 8K simultaneamente, sem qualquer travamento.
Esta conquista não é apenas um número em um laboratório. Ela é o alicerce para a internet do futuro, impulsionando a IA, o metaverso e as cidades inteligentes de uma forma que mal podemos compreender hoje.
Como o Japão conquistou essa velocidade alucinante?
O segredo por trás desse recorde mundial está em duas inovações principais:
- Uma fibra ótica revolucionária: Os pesquisadores desenvolveram uma fibra ótica com 19 núcleos. Pense em um canudo comum (a fibra tradicional) versus um canudo com 19 canudinhos internos (a nova fibra). Cada "canudinho" transmite dados, multiplicando absurdamente a capacidade total.
- Amplificadores de última geração: Para que o sinal não se perca ao longo da distância, a equipe acoplou amplificadores de alta tecnologia. Eles conseguiram manter a estabilidade dos dados por incríveis 1.808 km – uma distância equivalente a uma viagem de São Paulo a Fortaleza.
O mundo com uma internet de 1 Petabit: o que seria possível?
- Transferência de dados instantânea: Transmitir mais de 400 Terabytes de dados em apenas 3 segundos. Todo o acervo de uma grande biblioteca digital, em um piscar de olhos.
- Fim do lag em jogos e transmissões: Imagine jogos online em cloud gaming com latência zero e transmissões ao vivo em 16K para o mundo todo, sem um único buffer.
- Aceleração da inteligência artificial: Redes de IA poderiam processar e aprender com quantidades monumentais de dados quase instantaneamente, acelerando descobertas na medicina, clima e ciência.
- Data centers interconectados: A troca de informações entre data centers em diferentes continentes seria praticamente instantânea, criando uma verdadeira “nuvem global” unificada.
Os desafios para chegar à sua casa
Claro, ainda não é hora de cancelar seu plano de internet atual. A tecnologia, por mais impressionante que seja, ainda é um protótipo de laboratório.
Existem barreiras significativas para que essa velocidade se torne comercial:
- Custo proibitivo: A instalação de uma nova infraestrutura de fibras multicore e amplificadores especializados tem um custo astronômico.
- Infraestrutura vulnerável: Cabos terrestres e submarinos com essa capacidade são complexos e podem ser vulneráveis a danos físicos.
- Compatibilidade: É necessário desenvolver roteadores, switches e todos os equipamentos de rede que consigam processar esse fluxo de dados.
- Segurança cibernética: Como proteger um fluxo de informação tão colossal? A cibersegurança precisará dar um salto quântico para acompanhar.
O futuro é rápido (muito rápido)
Este feito japonês é mais do que um recorde; é um farol. Ele nos mostra que, mesmo em um mundo conectado, estamos apenas arranhando a superfície do potencial da internet. Enquanto no Brasil discutimos a chegada da fibra ótica em algumas regiões, o Japão já está desenhando o 6G e além, um ecossistema digital onde conceitos como “esperar para carregar” serão arcaicos.
A pergunta que fica não é se essa tecnologia chegará, mas quando. E quando chegar, estaremos prontos para uma revolução que transformará radicalmente nossa experiência digital, da medicina ao entretenimento.